Armação da Piedade (Igrejinha)

É o primeiro bairro de Governador Celso Ramos.

Enseada de águas calmas foi ocupada a partir de 1738 por bandeirantes paulistas de São Vicente e Cananéia, atraídos pelo fluxo intenso de baleias e para dar início a proteção da região das constantes investidas de navegadores espanhóis, franceses e holandeses nos mares do sul. Serviu de apoio para a construção das Fortalezas de Santa Cruz do Anhatomirim e de Santo Antônio de Ratones. A capela foi benta em 1745, quando já havia escravos negros e escassez de indígenas, principalmente do tronco linguístico tupi-guarani. Os açorianos e madeirenses somente chegaram em 1752, após a edificação da Freguesia de São Miguel da Terra Firme (hoje bairro de São Miguel, em Biguaçu).

A Armação é mais antiga que Biguaçu e São José. Antes dos açorianos grande número de soldados mercenários da Itália, Alemanha e França já residiam na localidade que era chamada de Armação Grande, Armação de Nossa Senhora da Piedade e depois Armação e Ganchos. Foi na Armação a primeira greve geral do sul do Brasil, e nela que se consolidou durante muito tempo, a segunda economia do Brasil Colonial com o azeite ou óleo da baleia exportado para portos como Londres, Lisboa e Boston. A Armação da Piedade recebeu a terceira colônia alemã de Santa Catarina em 1847, composta por alemães e belgas. A família Ocker, por exemplo, é remanescente dessas famílias, também os Laus – é lembrar de Leoberto Laus Leal, deputado federal catarinense que morreu em acidente de avião na década de 1950.

Dos mais de 30 prédios coloniais da Armação da Piedade resta apenas a igreja consagrada a Nossa Senhora da Piedade, as ruínas da Armação Grande e uma bica d’água ou carioca de mais de 280 anos que está no terreno da Marina do Condomínio Recanto das Marés.

Na Armação da Piedade que oficialmente compreende a localidade da Camboa e o loteamento Caravelas, muitas e belas praias como: Grande (caravelas), Cordas, Tinguá, Figueira e Armação da Piedade.