Uma decisão do prefeito Marcos Silva gerou grande repercussão e descontentamento entre moradores e familiares do primeiro prefeito do município, Miguel Flor. O chefe do Executivo municipal encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto de lei propondo a mudança do nome da Escola do Jordão, que até então homenageava Miguel Pedro dos Santos, para Henrique Silva, pai do próprio prefeito. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos vereadores.

 

A medida, no entanto, provocou forte reação, especialmente entre os familiares de Miguel Flor. Eles afirmam que não foram consultados sobre a mudança e negam ter dado qualquer tipo de consentimento, contrariando justificativas apresentadas por integrantes do Executivo. O caso levantou acusações de que o prefeito estaria legislando em causa própria, ferindo princípios éticos e desrespeitando a história da cidade.

 

“Mudar o nome de uma escola que homenageia justamente o primeiro prefeito, figura essencial para a emancipação do município, é um desrespeito não só com a família, mas com toda a memória de Governador Celso Ramos”, disse um dos familiares de Miguel Flor ao Portal Governador. A família estuda acionar judicialmente a Prefeitura para tentar reverter a decisão.

 

Miguel Pedro dos Santos, conhecido politicamente como Miguel Flor (1913–2001), teve papel fundamental na história da cidade. Na década de 1960, quando ainda era vereador em Biguaçu, representando o então distrito de Ganchos, foi o autor e idealizador do projeto de emancipação da localidade, que viria a se tornar o atual município de Governador Celso Ramos.

 

Apesar da aprovação unânime do projeto na Câmara, parte dos vereadores ouvidos pela reportagem afirmaram ter votado com base na informação, posteriormente desmentida, de que havia consentimento familiar. A situação levantou questionamentos sobre a transparência do processo e sobre o verdadeiro objetivo da mudança.