Desde a sua criação, em 1991, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) jamais realizou captação de recursos externos, seja em âmbito federal ou estadual, para financiar investimentos em saneamento básico ou em qualquer outra área. A informação foi confirmada por levantamentos realizados pelo Portal Governador.

 

A ausência de iniciativas nesse sentido levanta questionamentos sobre a real intenção de propostas que defendem a privatização da autarquia. Segundo membros do próprio Executivo Municipal, não faria sentido avançar para uma eventual entrega da gestão à iniciativa privada sem antes explorar as linhas de crédito e programas de fomento disponíveis em todo o país para modernização do setor.

 

Em contrapartida, o município já chegou a aprovar, recentemente, um empréstimo de R$ 15 milhões por meio do programa FINISA, sob o argumento de que os recursos seriam destinados a melhorias no saneamento básico. Contudo, até o momento, não há registro de que parte desse montante tenha sido efetivamente repassado ao Samae.

 

Atualmente, a autarquia conta com 28 servidores efetivos, 26 comissionados, 2 temporários e 6 estagiários. Ao longo de sua história, a instituição tem sido alvo de críticas recorrentes relacionadas à má gestão e a suspeitas de fraudes em contratos. Esse histórico tem sido usado como argumento por setores políticos favoráveis à privatização, que apresentam a iniciativa privada como solução para os problemas.

 

Entretanto, especialistas apontam que a simples mudança de modelo de gestão não garante o fim de práticas questionáveis, tampouco substitui a responsabilidade de buscar recursos e aplicar corretamente os investimentos necessários em saneamento.